Baleia. Vidas Secas – filme

A família se compõe de um casal, Fabiano e Sinhá Vitória, dois filhos pequenos e a cachorra Baleia, animal que é creditado no filme e tem a força de aquebrantar o coração do espectador, mais até do que os próprios intérpretes, até por eles representarem pessoas endurecidas pela vida difícil. Marco do cinema novo e fortemente influenciado pelo neo-realismo italiano, VIDAS SECAS teve grande repercussão internacional, sendo a sequência mais memorável, sem dúvida, a da morte da cachorra Baleia, que se constitui o ápice do filme. Quando o filme foi exibido no Festival de Cannes, boa parte do público pensou que a produção havia realmente matado a cachorrinha. E muita gente ficou feliz ao vê-la sendo apresentada junto com o elenco, tendo sido aplaudida como uma estrela!
Bob – Brasília

O jovem Patrick De Meauntroux, de 18 anos, foi multado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, e irá responder a processo na Justiça por ter agredido com tapas e pontapés Bob, seu cachorro poodle, de cor preta. O jovem começou a bater no cão e escapou de apanhar de populares que assistiam a tudo e estavam revoltados com o comportamento do rapaz. Patrick acabou fugindo e coube à sua namorada levar o animal para uma clínica veterinária, onde chegou todo machucado, com uma das patas quebradas e problemas na bacia.
Argos – Odisseia

“Assim falavam ambos entre si, quando um cão, deitado, ergue a cabeça e as orelhas; era Argos que, outrora, o valoroso Odisseu treinara, sem disso tirar prazer, já que tivera antes que partir para a santa Ílion. Com os rapazes o cão passara a vida atrás dos cervos, lebres e carneiros selvagens. Mas agora, com o chefe ausente, fora largado ali, numa estrumeira diante do portal. (…) Assim jazia o velho Argos, cheio de parasitos. Então, como reconhecesse Ulisses, bem perto dele, abanou a cauda e abaixou as orelhas, falto de forças para alcançar o dono. Mas o herói o vendo, enxugou uma lágrima, que lhe. escapara sem que Eumeu a percebesse. (…) Já então Argos recebera a negra morte, cumprindo seu destino logo após rever Odisseu, vinte anos depois que ele partira.”
Hachiko – Japão

Hachiko viveu de 1923 a 1935. O cão pertencia ao professor Hidesamuro Ueno. A história diz que o cachorro ia sozinho até a estação de Shibuya para levar e buscar o dono, com quem conviveu por um ano e meio. Um dia, ficou esperando por uma vota que não aconteceu – Ueno sofreu um AVC enquanto trabalhava. Hachiko foi para casa sozinho, mas no dia seguinte estava de volta à estação para reencontrar Ueno, o que faria diariamente por 10 anos. Em 1935, o cão parou de esperar o dono. A estátua do cãozinho, construída em 1934, é o ponto de encontro e referência de entrada/saída para os passageiros. Mais do que isso: um símbolo de amizade e lealdade.


O Bicho – Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

 retirado de:http://nucleododirceu.com.br/mil-bichos-recortes/